domingo, 27 de janeiro de 2013

0 Conheça um pouco da história de Bógus, o baterista da banda The Pivos



Desta vez resolvemos entrevistar um dos caras mais conhecidos do rock de Camaçari, um dos bateristas mais lendários da cidade, ele já tocou em muitas bandas, estamos falando de Bógus, descubra algumas curiosidades do cara nesta entrevista realizada pelo nosso blog, o Camaçari Rock.

Blog - Bógus, mate uma curiosidade de muita gente, qual a origem do seu apelido afinal?

Bógus - Rsrsrsrs... Bógus vem de um desenho animado canadense. Teve um amigo meu das antigas chamado Emerson Death, que andava com a minha galera de quando eu tinha 17 anos - Lidioney, Emerson Carlos, Marcos Pavan, Luis Fabio, entre outros da galera rock in roll da época - e ele dizia que eu parecia com o Mr. Bógus do desenho animado que era exibido no programa da Xuxa. Mr. Bógus comia muito, a cada dia ele imitava uma banda de rock e tocava vários instrumentos: bateria, guitarra, tudo... rsrsrs. E eu costumava imitar/tocar todos instrumentos, então pegou! A exceção da minha família e das pessoas do trabalho, todos me conhecem, não como Ronaldo, mas como Bógus. No início, eu achava chato as pessoas me chamando assim, mas depois eu me acostumei e nem ligo mais... Até gosto, tanto que às vezes me apresento como Ronaldo Bógus... rsrsrs. 

Blog - Em quantas bandas você já tocou, quais são elas? 

Bógus - Pergunta bastante difícil! São tantas bandas em que toquei, e em várias delas ao mesmo tempo! kkkkkkk... Não me lembro direito das datas. A primeira que eu toquei foi na Anemia, por volta de 1997, uma banda de punk hard core, em que eu fiquei por muito tempo, formada por Reni, Jarbson e Tales e outros, como Nivaldo e Fofo. Logo após, quando Reni saiu da banda Anemia, ele me chamou para tocar na banda A Fábrica, banda de punk rock, formada também por Danilo na guitarra e voz e Nivaldo no baixo. Mas, continuei na Anemia, só fui sair um ano depois de iniciar na A Fábrica. A Norcomply surgiu na mesma época da banda A Fábrica. Era uma banda de hard core melódico... rsrsrs. A formação era Bruno no vocal, Arthur na guitarra, Beto da guitarra e Nivaldo no baixo. Depois de um tempo me tiraram da banda (?). Continuei na A Fábrica e, paralelamente, entrei em um novo projeto, a Estádio de Sítio, uma banda de hard core, em que eu tocava com Marcelo no vocal, Joênio no baixo, Ítalo na guitarra. Logo depois, Joênio saiu da banda e entrou Binho Aracajú, quando trocamos o nome para Choque Frontal. Marcelo abandonou a banda depois e ficamos somente eu, Binho e Ítalo. Tive outras participações em algumas bandas, como a lendária Bosta Rala, uma banda de punk de Salvador, bastante conhecida nacionalmente e a Banda Dirty Mind, Abbel e o Pêssego, Declinium, entre outras que me fugiram à mente.... rsrsrs. 

Blog - De todas as bandas que você já participou, quais as que você mais lamenta de não ter dado certo? 

Bógus - “A Fábrica” era um som que eu gostava muito de fazer e não deu certo como deveria, porque faltou, dentre outras coisas, fazer uma gravação boa. E Reni, a alma da banda, teve que sair, pois foi morar em São Paulo e ficou somente eu, Nivaldo e Danilo e acabou parando aos poucos, esfriando... Agora estamos com um projeto de voltar com a banda esse ano para fazer um show em Camaçari. A data ainda não está definida, mas provavelmente em março vamos fazer esse som. 

Blog - Hoje você toca na competente banda The Pivos, como você define o som de vocês? 

Bógus - É um som punk rock que mistura ska e surf music, algo diferente e são poucas bandas na Bahia que fazem um som como o nosso. É incrível como conseguimos mexer com o público, a galera se diverte muito nos shows, canta, pega o microfone... rsrsrs. É um som muito louco! 

Blog - Qual a maior virtude da The Pivos? 

Bógus - A maior virtude da The Pivos é ter Ítalo na guitarra e voz, um cara muito inteligente, que escreve muito bem e cria as letras e músicas da banda e, é claro, ter o maluco do Marcelo no baixo, um cara muito massa, muito foda, que apesar de deixar a gente louco, é fundamental na banda e consegue divertir muito...kkkkkk. Além disso, a The Pivos é uma banda que grava a suas próprias composições. Não fazemos cover! Eu tenho muito orgulho da The Pivos! É a banda que eu estou passando mais tempo tocando. Mas ao falar da virtude, não posso deixar de admitir que falta a gente se organizar mais... Falta o tão esperado EP. Esse ano vai sair! Com certeza! 

Blog - Como você começou na música, você sempre quis tocar bateria? 

Bógus - O primeiro instrumento que tive acesso e me despertou curiosidade e vontade de tocar foi o piano, que tinha na casa de minha madrinha e eu tentei tocar várias vezes, mas não sabia para onde ía... rsrsrsrs. Isso por volta dos meus 8 anos. Quando eu comecei a tocar bateria eu tinha mais ou menos 10 anos de idade. Junto com os amigos do bairro - Negada e outros -, morava na Bomba na época, na Rua do Telégrafo, eu fiz uma bateria de lata em que o pedal da bateria era de madeira, feito por mim mesmo e a mola era feita com câmera de ar. Não tínhamos recursos, e tocávamos muito axé... rsrsrs. Na época, graças a Deus, não existia esse pagodão...rsrsrs. Eu até pensei na época em entrar em uma banda de axé....rsrsrs. Mas, graças a Deus, eu escutava muito punk e hard Core em casa por causa dos meus irmãos mais velhos e isso me salvou! Com 17 anos de idade eu sentei em uma bateria de verdade pela primeira vez em Dias D’ávila, na casa de Jonas. Era um ensaio da banda de Oreah, antes mesmo de surgir a Declinium, em que eu pude tocar algumas músicas. Depois de um tempo, tentei fazer uma banda de death metal com o meu grande amigo Lidioney na guitarra, Marco Pavan no baixo e Emerson Death no vocal, mas só tínhamos baixo e guitarra, não tínhamos como comprar a bateria. Na verdade, eu nunca tive aula de bateria e aprendi mesmo escutando e tocando. Logo após surgiu a oportunidade de tocar com a Anemia, eu tinha encontrado Jarbson na rua e ele tinha me dito que estava sem baterista, pois o cara, Juliano Saron, tinha saído da banda e iria virar cristão. Daí eu me ofereci para tocar na banda, mas na verdade não tinha muita confiança não, mas fui com a cara e a coragem e acabou dando certo, fui pegando o jeito e desde então não consegui parar mais.

Blog - Causos do rock, cara, conte uma história engraçada, triste ou bizarra que você viveu nestes anos de músico. 

Bógus - Fui tocar com a banda Anemia no show de inauguração da Junkies, no Mac Rei em Feira de Santana, junto com a banda Inkoma, com Pitty no vocal. O som começou a rolar e o local estava lotado! Emerson com o sorriso lá em cima... Antes da Banda Anemia, tocou uma banda da cidade chamada, se eu não me engano, “Pornô” e logo após a Inkoma tocou um som do caralho! Logo depois a Anemia subiu ao palco e eu toquei com o material de Thiago, baterista da Banda Inkoma. Depois que terminamos, surgiu uma figura de Feira chamada Márcio Punk (muito louco!!!), que na época eu nem conhecia direito, com o pé engessado dizendo para mim que eu tinha quebrado a ferragem da bateria dele que estava no palco, aí ele disse que iria me pegar! Pitty ficou com medo do cara gritando e vindo em nossa direção, dizendo a galera dele ia pegar todo mundo da Anemia. Aí ela botou todos nós, eu, Jarbson e Tales na Topic da banda dela e seguimos para Salvador deixando Emerson e Reni para trás. kkkkkkkkkkk 

Não tenho como deixar de falar também de um episódio muito triste. Em 1994 eu, Lidioney e Marco Pavan organizamos o Atittude Rock Festival, no antigo cinema, com as bandas Licergia, Dois Sapos e Meio, Ulo Selvagem, Mercy Killing, Crotalus e a banda Ultimato, única banda em Camaçari na época. Quando a Ulo Selvagem estava iniciando, subiram no palco dizendo que tinham que parar o show, pois uma pessoa havia sido atropelada pelo trem. Era o nosso amigo “Cobaia”, que foi socorrido e levado para o hospital e uma semana depois faleceu. Lembro com muita tristeza desse episódio, ele foi uma perda muito grande para nós. Era um cara muito legal, brincalhão, uma pessoa ótima e queria muito que ele estivesse com a gente até hoje. Coisas da vida. 

Blog - Na sua opinião, o rock em Camaçari hoje, é melhor ou pior que antigamente? 

Bógus - Hoje, em termos de organização, está melhor! Mas, em termos de união, antes era melhor. Antigamente tinham poucas bandas e as únicas na cidade eram Anemia e a Ultimato, além de outras sem muita projeção na cena local. Então tinham poucos shows por volta de 1994 e não tinha muito espaço para o rock in roll. Fazíamos o show na raça, na correria, os cartazes eram feitos à mão! Nós dependíamos muito das bandas de Salvador para fazer os shows. Depois surgiram outras bandas muito boas na cidade. Acho importante citar a pop rock Kamikase, com Aline no vocal, Jair na guitarra e teclados e Roque Toques na bateria. Era um som muito legal e a banda tinha uma ótima proposta. Pena não ter dado certo. Hoje em dia acontece mais shows. Temos a Cooperarock, que é uma grande iniciativa para a cena rock da cidade, mas as bandas precisam participar mais para que haja mais união, para que possa dar certo as propostas. A verdade mesmo é que devemos ter um ego menor. 

Blog - Quais seus idolos no rock? 

Bógus - Dos 10 aos 17 anos de idade ouvi muito Cólera, Replicantes, Ratos de Porão, etc, bandas punks nacionais. Hoje em dia gosto muito do Pixies, The Doors, MC5, Led Zeppelin, Motohead, Black Sabbath e outras. 

Blog - Diga quais as bandas de Camaçari que você mais gosta e por que. 

Bógus - Não posso falar da The Pivos, pois é muito suspeito...rsrsrs. Mas, gosto de muitas bandas em Camaçari e tenho tantos amigos no meio que se eu deixar de falar de algumas, vão ficar magoados...rsrsrs. Mas vou destacar as melhores. Gosto muito da Declininium, banda que tive participação durante algum tempo, gosto demais das letras de Oreah. Gosto muito da Ladrões Engravatados. Além de gostar do som, admiro muito a maneira como Guerra corre atrás, procura fazer tudo muito bem feito. Adoro a letra de “Madame Decadência”, escrita por Paulo D’errico. Muito massa! 

Blog - Cara, obrigado pela entrevista, deixe uma mensagem para todos que estão lendo sua entrevista no blog. 

Bógus - Mando um alô para todas as bandas de Camaçari e um abraço para a galera que curte o Blog Camaçari Rock, outra grande iniciativa da cena local. Espero que rock de Camaçari continue crescendo e se profissionalizando de verdade, realizando eventos de qualidade. Para as bandas que estão surgindo agora, peço que participem mais dos eventos da cidade. Um abraço a todos!

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